domingo, 31 de julho de 2011

Aceite o que a vida te oferecer e procure beber das taças que estão à tua frente. Todos os vinhos devem ser bebidos - alguns, apenas um gole, outros, a garrafa inteira.
- Como distinguir isso?
- Pelo gosto. "Só conhece o vinho bom quem provou o vinho amargo.”
Assim é a vida!

Brida - Paulo Coelho.



Mas tudo está bem agora, eu digo: agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Tantas, Tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri, ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. Nunca. Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama!"

                                       Fernanda Mello

segunda-feira, 25 de julho de 2011

sábado, 23 de julho de 2011



''Gostoso mesmo é quando tudo acontece por acaso. Sem data, sem horário, apenas coincidências, ou então destino.''


                                                 (Jô Soares)

domingo, 17 de julho de 2011

Ás vezes penso se te conhecesse daqui há alguns anos meu sentimento por você mudaria. Ao te encontrar na porta de um bar qualquer, você me convidaria para tomar aquela minha bebida favorita , meu coração pulsaria mais forte por você e a vontade de te beijar e cair nos teus braços fosse maior que eu. Talvez isso aconteça, nunca se sabe, mas hoje o mínimo que posso te ofereçer é meu carinho sem amor. Seria mas fácil eu curar minha carência com você ou esquecer dele no teu colo. Mas não consigo, e nem quero se o preço de tudo isso é criar em você a ilusão de um sentimento que eu não sinto. E olhe que eu tentei, tentei muito Arthur; mas meu coração é teimoso e construiu um muro entre minha amizade e seu amor. Ele não suporta o teu jeito, não suporta o seu cabelo estilo bagunçado, seus ciúmes, manias, não suporta a maneira irritante que insiste em encostar seus lábios nos meus, enquanto o que eu quero é distância ,e seu olhar profundo que me encara quando eu tento desviar o meu olhar, me fazendo sentir tão frágil diante de você. Prefiro continuar não suportando, do que me ver totalmente dependente de você .
E eu acho que você é como um doce, que me chamou a atenção pela cobertura mais enjoei do recheio. E talvez meu coração seja só puro demais, intocavél e imaturo. Quem sabe um dia ele amadureça e pare de gostar de quem não me quer. Só assim poderei aceitar o que você pode me dar,só assim te encontrarei naquele bar,mesmo que seja tarde,você tenha cansado de esperar e eu já tenha te perdido... (ABC)


" Estou ficando morna de tanto não me permitir ir além, de tanto calcular meus passos, me esconder em falsa timidez, evitar sentimentos, evitar relacionamentos, evitar gente só por ser gente e pela possibilidade de alguma coisa dar errado. Posso correr o risco de dar certo? Estou prestes a mergulhar. Dessa vez, não insistam, vou dispensar o equipamento de segurança. "

Interrogação - Verônica H

''Montanha-Russa é você ter certeza de que a paixão é o único sentimento que justifica a existência do ser humano e, depois na primeira decepção, não ter a menor dúvida de que tudo não passa de baboseira literária para enganar os trouxas. Vou andar de Montanha-Russa e correr o risco de comprimir minha coluna vertebral a troco de quê? Sofro e me divirto aqui no chão mesmo.'' Martha Medeiros

Será mesmo?!
''Só que homossexualidade não existe, nunca existiu. Existe sexualidade - voltada para um objeto qualquer de desejo. Que pode ou não ter genitália igual, e isso é detalhe. Mas não determina maior ou menor grau de moral ou integridade.''


Lindo, Caio! <3

sábado, 16 de julho de 2011



“Não sinto mais impulsos amorosos. Posso sentir impulsos afetivos, ou eróticos - mas amorosos, sinceramente, há muito tempo.”



                                                                                      Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 15 de julho de 2011


“Eu tenho um anjo. Ela não usa nenhuma asa, ela usa um coração que pode derreter o meu. Ela usa um sorriso que me faz querer cantar. Ela me dá presentes só com a sua presença. Ela me dá tudo que eu poderia desejar. Ela me dá beijos antes de voltar pra casa. Nós dividimos a mesma alma.”

Angel, Jack Johnson
"Porque você não pode voltar atrás no que vê. Você pode se recusar a ver, o tempo que quiser: até o fim de sua maldita vida, você pode recusar, sem necessidade de rever seus mitos ou movimentar-se de seu lugarzinho confortável. Mas a partir do momento em que você vê, mesmo involuntariamente, você está perdido: as coisas não voltarão a ser mais as mesmas e você próprio já não será o mesmo."

quinta-feira, 14 de julho de 2011


 "Devia ser sábado, passava da meia-noite... Ele sorriu para mim e perguntou:
- Você vai para a Liberdade?
- Não, eu vou para o Paraíso.
Ele sentou-se ao meu lado e disse:
- Então eu vou com você."

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 4 de julho de 2011


"É melhor você ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada.
Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps.
Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite?
O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí? Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução. Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade!"

domingo, 3 de julho de 2011

''Desculpa não ser tão doce. Desculpa se às vezes falo sem pensar, se vomito alguma coisas de forma grosseira, se ajo feito criança, mimada e estúpida, se sou cabeça dura a ponto de inventar o-meu-mundo com as-minhas-leis. Desculpa se às vezes sou neurótica, se o meu lado crítico é bem forte e se tenho ciúmes das coisas que fazem parte do meu mundo."

sábado, 2 de julho de 2011

"Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria."
            ''E numa batida mais forte da percussão, num rodopio, girando juntos, ele pediu: deixa eu cuidar de você.''

Madrugada - Caio Fernando Abreu

Desconhecidos - mas somente antes do encontro. Que acontecera no bar. Então, unidos pela mesma cerveja, pelo mesmo desalento, deixaram que o desconhecimento se transmutasse naquela amizade um pouco febril dos que nunca se viram antes. Entre protestos de estima e goles de cerveja depositavam lentos na mesa os problemas íntimos. Enquanto um ouvia, os olhos molhados não se sabia se de álcool ou pranto contido, o outro pensava que nunca tinha encontrado alguém que o compreendesse tão completamente. Era talvez porque não trocavam estímulos, apenas ouviam com ar penalizado, na sabedoria extrema dos que têm consciência de não poder dar nada. Uma mão estendida áspera por entre os copos era o consolo único que se poderiam oferecer.

Com a lucidez dos embriagados, haviam-se reconhecido desde o primeiro momento. Ou talvez estivessem realmente destinados um ao outro, e mesmo Sem o álcool, numa rua repleta saberiam encontrar-se. O fulgor nos olhos e a incerteza intensificada nos passos fora a pergunta de um e a resposta de outro.

O primeiro estava ali sentado há duas horas, mas lá fazia parte do ambiente. Um pouco porque seu emo era de cor igual às paredes do fundo, mas principalmente porque ele era todo bar. Na forma, no conteúdo. Mais exatamente, aquele bar em especial, que tinha uma coruja no nome e nos desenhos da parede. Ave que ele imitava involuntário, nos ombros contraídos, no olhar verrumante. Olhar que lançou sobre o outro no momento da entrada. Este vinha ainda incerto, como se buscasse. E sua imprecisão atingiu o paroxismo quando no choque de olhares.Vacilou sobre as pernas, a roupa parecendo mais amarrotada, subitamente um braço se descontrolou atingindo a mesa mais próxima, varrendo-a quase com doçura. A doçura dos que de repente encontraram sem estar de sobreaviso. A loura oxigenada deu um grito e o homem que a acompanhava aprumou-se em ofensa, pronto a atacar, macho pré-histórico protegendo a fêmea em perigo. Ainda perdido no espanto, o segundo bêbado não reagiu. Suas mãos estavam cheias apenas de perplexidade, não de ódio. Nesse momento, o primeiro bêbado enristou seu metro e noventa de altura, até então diluído no encolhimento de coruja em que se mantinha. Sem dizer palavra encaminhou-se para o amigo -pois que seus olhares haviam sido tão fundos que dispensavam ritos preparatórios antes de empregar o substantivo e tomando-o pelo braço, levou para a mesa. O acompanhante da loura acalmou-se de imediato, enquanto esta ficava ainda mais oxigenada no despeito.

E os dois, satisfeitos com a inesperada oportunidade para a comunicação, foram objetivos ao assunto. Estavam sós. A mulher de um estava viajando; o outro não tinha mulher. Mas tinha noiva, e desconfiava que ela o andava traindo. O outro maravilhou-se com a coincidência, pois tinha quase certeza ser a viagem da mulher apenas um pretexto para encontrar com o amante. Unidos na mesma dor-de-cotovelo, sua amizade esquentou a razão de cem graus pó segundo. Ambos estavam insatisfeitos nos respectivos empregos. Operários, planejaram greves, piquetes, sindicatos, falaram mal do governo. Um deles, que tinha lido uma frase de Marx num almanaque, citou-a com sucesso. E o engajamento era outro elo a reforçar a corrente já sólida que os unia. De elo em elo, ligavam-se cada vez mais. A tal ponto que simplesmente não cabiam mais em si mesmo. Os copos colocavam-se em pé, oscilantes como se estivessem em banho-maria, os cabelos despenteados, rostos vermelhos, olhos chispantes -furiosos e agressivos no diálogo. Nas outras mesas, seres provavelmente frustrados no desencontro farejaram briga e ergueram as cabeças, espreitando. Não sabiam que, por deficiência de vocabulário, a amizade não raro se descontrola e pode levar ao crime. Apenas os dois pressentiram isso, tão sensíveis haviam-se tornado no investigar sem palavras do terreno que ora pisavam. Tudo neles era recíproco -e o medo de se ferirem cresceu junto para explodir num silêncio súbito. Então e encararam, mais desgrenhados do que nunca, e com tapinhas nas costas voltaram à delicadeza dos primeiros momentos.

Mas os frustrados que enchiam o bar estavam achando aquilo um grande desaforo. Não era permitido a duas pessoas se encontrarem num sábado à noite e, ostensivas, humilharem a todos com sua infelicidade dividida. O desespero não repartido dos outros era uma raiva grande, expressa nos gestos de quem não suporta mais. Com a sutileza dos donos de bar, o dono deste sentiu a hostilidade crescente. E medroso de que o choque resultasse em prejuízos para si, colocou-se sem hesitação ao lado da maioria.Dirigiu-se aos dois operários e pediu-lhes que se retirassem. Apoiado em seu metro e noventa, um deles quis reagir. Mas o outro mais fraco e, portanto menos heróico e mais realista, advertiu-o da inconveniência da reação. E olharam ambos os outros desencontrados pelas mesas -subitamente encontrados no mesmo ódio -formando uma muralha indignada. O mais alto, menos por situação financeira do que por força, caindo em si fez questão absoluta de pagar todos os gastos. De braço dado, saíram para a ma drogada.

Fora depararam com o frio e o brilho desmaiado das luzes de mercúrio. Encolheram-se devagar, as desgraças mútuas morrendo em calafrios. O domingo vinha vindo. Eles não sabiam o que fazer das mãos cheias de amizade e lembranças das mulheres ausentes. Bêbados como estavam, a única solução seria abraçarem-se e cantarem. Foi o que fizeram. Não satisfeitos com o gesto e as palavras, desabotoaram as braguilhas e mijaram em comum numa festa de espuma. Como no poema de Vinícius que não tinham lido nem teriam jamais. Depois calaram e olharam para longe, para além dos sexos nas mãos. Nas bandas do rio, amanhecia